Cabeça 2

Sei o que ira me aconteçer no final
Já soube de todas as situações
Sem tiques ou tremedeiras, não me sinto mal
Tudo será resultado de minhas ações


O presságio se tornou real a partir de minha audição
Quando ouço os depoimentos dos que já estão na frente
Vejo os erros que já fiz, e os que aconteçerão
Tudo faz sentido quando acalmo minha mente


Não consigo explicar essa previsão há ninguem
Nem eu mesmo as vezes não entendo nada
Tenho que escrever algo, tentar contar para alguem
Porque só consigo me acalmar na madrugada?

Se lembra disso?...

Me pergunto porque meu queixo ainda treme
Quando escuto aquela musica que costumava tocar
Naquele lugar escuro que era o ponto de encontro
Da nossa solidão, que ali se sentia incomodada

Tudo escapou dos nossos olhares sempre atentos
Nossos planos de fuga não valeram em nada depois de tudo
Então porque os elaboramos com tanta atenção?
Se eles seriam engavetados naquela gaveta sem chave?

Acho o tempo bobeou, soltando aquela brecha do futuro
Quando percebemos nossas diferenças dentro daquele vagão
Pelos Quilômetros que o trem tinha que percorrer até nós
Que não fomos destinados um para o outro.

...

Tudo que é dito é avaliado conforme o tempo passa
Coisas registradas no passado viram objeto de analise no futuro
Mas quando a frase é jogada ao ar para te deixar sem graça
Ou o livro é deixado de lado, escondido em um quarto escuro

Uma vez li que toda a mágoa passa, que o tempo cura tudo
Já vi livros de auto ajuda com titulos nunca antes pensados
E quando a falta de uma resposta de deixa mudo?
Que tudo deixa marcas conforme os anos passados

As vezes há perguntas que são acidentalmente retóricas
Pois não foram pensadas em momentos de razão
No desespero, quando não havia opções eufóricas
Quando a frase do livro foi censurada pela sua rancoroza solidão